Após o pagamento da taxa SEVIS, você pode entrar no site http://www.visto-eua.com.br/agendamento-web/index.jsp?locale=pt_BR pelo qual será feito o agendamento para a famigerada entrevista no consulado. No caso de nós nordestinos, temos apenas a embaixada norte-americana no Recife PE, mas sugeriram a mim que eu marcasse na de Brasília DF, pois era menos “cheia”. Optei por Recife pela facilidade com a minha família lá, mas paguei o preço pela demora, pois a data mais próxima disponível para atendimento era no dia 18 de agosto, o problema ficou no fato que entre o dia que marquei a entrevista para o dia efetivo dela levaram mais de 45 dias!! Lembram o que falei de documentação sendo feita com seis meses de antecedência? Isso que minha cunhada felizmente me alertou que poderia levar dois meses para eles terem disponibilidade para eu visitar o cônsul.
Ao entrar no site do consulado, você terá de preencher todo o formulário que lá consta, não é complicado, já passou pior que foi a taxa SEVIS. Entra aqui “a taxa de informações e agendamento de vistos de R$ 38,00. Esta taxa viabiliza o acesso a todas as informações, tanto via tele-atendimento quanto via web site”. Depois de paga, preencher todos os formulários. E imprimá-os. São os chamados DS 156, DS 157 e DS 158, um deles já vem impresso com as informações que foram colocadas no site, os demais devem ser completados a mão com letra de forma.
Depois de ter todos os formulários em mãos, você só será atendido se pagar a taxa do Citibank no salgado valor de R$216,15. Tem de ser numa agência Citibank e de preferência pague antes da data da entrevista, pois nem todos os consulados possuem uma agência desse banco no seu interior, a de Recife tem, mas ela só funciona pela manhã, logo pessoas como eu que tinham a entrevista pelo horário da tarde não poderiam usá-lo.
Bom, agora chegamos no dia da entrevista. Como disse no início, sempre usem o Google, e assim o fiz, e segui a risca todos os conselhos que outros jovens e agências de intercâmbio sugeriram para o contato com o cônsul, desde me vestir bem até arranjar toda a documentação possível para mostrar meus fortes vínculos com o Brasil. O cônsul tem a premissa de barrar qualquer pessoa “suspeita”, leia-se imigrante, ele deve evitar que vamos e fiquemos lá. Li muito que devemos provar que temos ampla intenção de voltar para nossa pátria verde-amarela. E o fiz, juntei comprovante de residência em Salvador, o contrato de compra de imóvel na mesma cidade, carta de recomendação da Professora da Faculdade, testamento dos meus pais, documento quanto a responsabilidade sobre meus irmãos mais novos caso algo aconteça aos meus velhos, até aliança de noivado eu considerei como argumento de eu querer voltar. Mas os únicos documentos que o senhor cônsul de fato me pediu foi a declaração de imposto de renda do meu pai.
Preciso dizer que minha indignação quanto ao tratamento que eles despendem. Todo receio que nos é imposto desde a chegada a embaixada até a brevíssima conversa de menos de cinco minutos que foram fruto de quatro horas de espera (hora marcada é lenda, é por ordem de chegada, o horário que eles pedem para você escolher ao preencher na internet é apenas para divisão de turno manhã ou tarde)... bom, o que aconteceu foi que mesmo eu tendo me preparado e ficado ansiosa, o cônsul se dignou apenas a conversar entorno de cinco minutos comigo, se resumiu a esse diálogo:
- Qual sua intenção em viajar para os EUA?
- Aprender inglês.
- Seu pai trabalha com o quê?
- Ele trabalha com “tal”.
- Dê-me a declaração do imposto de renda... agora o documento que prove que você tem 21 mil dólares numa conta para poder viajar.
Minha cara de espanto...
- Eu ... eu não tenho essa quantia, mas meu pai tem aplicações e entorno de 7 mil para eu viajar.
- Hum, visto negado.
Maior cara de espanto minha... e boquiaberta...
- Mas, senhor, por que 21 mil dólares? Vou ficar apenas quatro meses de curso, já tranquei minha faculdade federal por esse semestre... e, para quatro meses meu pai tem como me sustentar lá...
Eu estava nervosa, quer dizer, todo o trabalho para ele sequer ver toda a documentação que levei, e me negar o visto assim do nada? E nem ser reembolsada com todos os gastos relativos ao visto??? Sim, eles podem fazer isso.
Aí empurrei o olherite (folha de pagamento) de painho, para mostrar que tinhamos condições financeiras para bancar a viagem (os requerentes do visto de estudante não podem trabalhar nos EUA). Ele apenas bateu o olho no documento e disse:
- Hum, eu não devia, mas vou deixar você ir.
E PÁ, carimbou meu passaporte, levou-o para dentro e se retirou, nem tive tempo de lhe perguntar mais nada como quando iria recebê-lo de volta. A secretária veio e me entregou um papel pedindo para pagar uma taxa (já ouvi tanto essa palavra que chega corre um frio na espinha) de U$ 40,00, é , quarenta dólares, referente a concessão do visto. Pois é, Consegui! Viva eu! Aí ainda tem a taxa totosa de 14 reais para o sedex que você mesmo preenche com seu endereço, e lhe dizem que em cinco dias úteis você recebe seu passaporte de volta. O meu chegou depois de sete dias úteis. Eu não sei dizer se quem tem o visto negado recebe o passaporte de volta no mesmo dia, ou se tem de esperar ele voltar com o carimbo de negado. Esse é outro ponto que não tenho certeza, se há mesmo o carimbo de negado. Não acho legal isso ficar marcado no passaporte, meio que estigmatiza a pessoa, mesmo para entrevistas futuras a negação vai constar sempre lá.
Bom, Corações, é mais ou menos assim que acontece. Espero que tenho ajudado aqueles que me perguntaram como fazer para chegar ao visto.
Beijos a todos e boa sorte para todos nós.
2 comentários:
que aventura...
tomara que ir para a frança seja mais fácil, huuahuhuhahaaa
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